Diante da correnteza de transformações que ocorreram do início do século 20 até os dias de hoje, homens e mulheres se percebem angustiados com as diferentes formas de relações, casamentos e famílias que já não são estruturas pré-moldadas.
Do menino frágil ao homem forte e a expectativa de se tornar um bom pai, fica difícil segurar a ansiedade e assumir tantos papéis, cumprindo com as expectativas da vida moderna.
Ser forte, inteligente, produtivo, bom marido, bem-sucedido e ainda por cima estar com o corpo sarado, não é uma missão simples para muitos homens que se transformam em pais, aprendendo a lidar com mulheres poderosas, líderes em empresas, destacando-se profissionalmente e permanecendo ausentes de suas casas em grande parte do dia.
Se falávamos em dupla jornada materna, hoje este modelo é vivido por muitos pais que buscam equacionar seu tempo entre trabalho e família, e também em ser um bom pai.
E os pais mais velhos, como estão vivenciando a paternidade?
Um convite para a vida, uma nova jornada, um novo olhar para a relação familiar e para seu filho.
Muitos com maior disponibilidade afetiva, presença, trazem uma renovação no modelo paterno, onde existe um pedaço de pai, avô e mãe.
Enfim, neste novo cenário não existem padrões e sim um convite para a renovação, novos projetos e a intenção de viver uma longa viagem. Por outro lado, a incerteza de estarem presentes na vida de seus filhos e a percepção de que gostariam de ter mais tempo para viver esta nova etapa da vida.
A busca de qualidade de vida com profissionais que cuidam da saúde e não apenas esperar a doença é um novo paradigma para esses homens que têm na paternidade e na construção de uma nova família uma renovação e motivação para se cuidar.
Atendo muitos homens em crise, vivendo momentos de ansiedade e depressão, buscando encontrar um caminho diante de tantos desafios nesta nova forma de exercer a paternidade.
Digo carinhosamente que seus filhos terão a sorte de viver com pais mais vulneráveis, que podem trocar fraldas, ler histórias, andar de bicicleta e chorar ao ver seu filho vencer sua primeira batalha.
Vivemos de fato uma revolução cultural com diferentes formatos de famílias, mas de forma muito especial a paternidade hoje é de fato mais materna.