Vizinhos de ontem e hoje
Bairros. Afinal são importantes. Ao escolhêlos, de certo modo, moldamos nosso destino. Os vizinhos, os centros de compras, o tipo de vida. Ônibus, bondes, bicicletas, táxis.
Desde que aceitei o convite para navegar pelos rios Negro e Solimões, fiquei bastante curiosa porque iria retornar para esta região que visitei pela primeira vez nos anos 70 e, depois, nos anos 80. Mergulhei no assunto, conversei com amigos que lá estiveram, pesquisei em livros e na internet. Ao fim da viagem, me dei conta de que nada é mais precioso do que a experiência de viver, ao vivo e em cores, esta imensidão forte e poderosa que é a Amazônia.
Fiz um cruzeiro de 12 dias, saindo de Manaus, a bordo do La Jangada, um catamarã privativo com 12 cabines, no estilo chic cool concebido pelo francês Bernard Ramus, há décadas apaixonado pelo Brasil, um explorador a serviço da preservação dos rios e dos povos da água.
Com um grupo simpático de turistas franceses, navegamos pelo rio Negro, o maior afluente do rio Amazonas, em ritmo lento e silencioso que nos conecta com a floresta, a água, as tribos indígenas e os habitantes locais, os ribeirinhos. Durante 8 dias, nada de rede social, o que fez a diferença.
No inverno, as águas dos rios ficam mais altas, o que favorece as expedições em barcos a motor pelas esplendorosas ilhas do arquipélago Anavilhanas, no rio Negro.
Nadar ao lado de botos rosas, pescar piranhas, visitar os crocodilos à noite, identificar os ruídos dos bichos e sentir o perfume da floresta, visitar tribos indígenas, fazer trilha em plena selva, conhecer cidades flutuantes, grutas arqueológicas em Mamada, museu da borracha, artesanato local em Novo Airão e o estilo de vida das cidades ribeiras de Manaquiri, Careiro e Acajatuba fizeram parte das inúmeras vivências que essa viagem proporciona. Sem falar da gastronomia a bordo, sob comando da cozinheira Dila, que nos apresentou delícias da cozinha regional e vegetariana com maestria
Aprendi que o horizonte é muito mais amplo do que meus olhos podem enxergar. Essa viagem superou todas as minhas expectativas. Voltei apaixonada.
La Jangada – cruzeiros na Amazônia
www.latitudes.com.br
www.grands-espaces.com
O que você não pode deixar de ver e viver em Manaus
Dois dias na capital do Amazonas não foram suficientes para descobrir os encantos arquitetônicos e culturais que a cidade exibe timidamente. Ainda sobraram alguns casarões importantes que fazem parte da história.
É muito triste constatar que a maioria dos casarões e palácios foi destruída por falta de uma política de tombamento que preservasse o patrimônio da cidade.
Afinal, Manaus foi uma das cidades mais prósperas do mundo durante o Ciclo da Borracha, entre 1879 e 1945, quando viveu o boom econômico. Porta de entrada da Amazônia é o melhor ponto de partida para desbravar rios, florestas e tesouros.
Teatro Amazonas – @teatroamazonasof
Inaugurado em 1896 por iniciativa dos barões do ciclo de ouro da borracha, é um símbolo da riqueza daquele período e um dos mais bonitos do mundo.
Tive o privilégio de assistir ópera durante o Amazonas Opera Festival.
MUSA – @museudaamazonia_musa
Um jardim botânico com 100 hectares dentro de uma reserva florestal. Tem torre de 42 metros para admirar o parque e trilhas para conhecer a fauna e a flora locais.
GaleriAmazônica – galeriamazonica.org.br
Rua Costa Azevedo, 272 – Centro (em frente ao teatro)
Comercializa peças de importantes etnias, como Tikuna, Tukano, Waimiri Atroari, Yanomami, etc., além de exposições e projetos socioambientais. A loja tem uma seleção apurada de cestarias, cerâmicas, esculturas e pinturas.
Caxiri – @caxiri_amazonia
Largo São Sebastião – Centro
Restaurante comandado pela chef Débora Shornik, tem menu regional revisitado e opções vegetarianas. O salão, no primeiro andar, tem vista para a praça do teatro.
Hotel-boutique Juma Ópera – jumaopera.com.br
Rua 10 de Julho, 481
Formado por dois casarões tombados e restaurados e dois prédios construídos no mesmo estilo, tem vista para o Teatro Amazonas, em meio ao rico patrimônio cultural. O hotel conta com ambientes com pé-direito altíssimo, bar, restaurante, rooftop com piscina, academia e 41 suítes com ar-condicionado, acesso à internet sem fio, frigobar e TV, além de portas e janelas tratadas acusticamente. Sob a cúpula de ferro e vidro, o restaurante Ópera é cenário das criações da chef Sofia Bendelak, que combina pratos regionais e internacionais. O atendimento é personalizado e muito atencioso.
Fritz Bar – @fitzcarraldobistro @villaamazonia
Localizado dentro do hotel-boutique Villa Amazônia, o bistrô intimista tem ótimos
drinques e cozinha contemporânea com toque regional.
Banca do Largo – bancadolargo.com
Rua José Clemente, 573
Livraria especializada em livros sobre a Amazônia, raros, antigos e novos, garimpados por Joaquim Melo, formado em Historiografia da Amazônia.
Bar do Armando
Rua 10 de Julho, 593
Boteco ícone da cidade, tem música ao vivo e mesas na calçada com vista para o teatro. Petiscos, sanduíches e boas cervejas.
Skina dos Sucos – @skinadossucos
Av. 7 de Setembro esquina com Av. Eduardo Ribeiro – Centro
Ótima opção para um lanche rápido. A variedade de sucos é tanta que fica até difícil escolher. Prove o X-caboquinho e o Açaí.
Mercado Municipal Adolpho Lisboa
Rua dos Barés, 46 – Centro
A arquitetura em estilo Art Nouveau desperta a curiosidade de quem transita pela orla do rio Negro. Construído durante o rico período do ciclo da borracha, foi inspirado no Mercado Les Halled, em Paris, e inaugurado em 1883. Lugar ideal para provar a comida regional, conhecer as ervas medicinais e produtos típicos, além do rico artesanato indígena e souvenirs. Pavilhões de peixe, carne, verduras e frutas.
Especialidades
X- Caboquinho
Lanche típico servido no pão francês, recheado com lascas de tucumã (fruta), banana-pacová e queijo coalho derretido. Encontra-se em todos os cafés da cidade.
Pirarucu e Tambaqui
Os dois são peixes grandes oriundos do rio Amazonas. O tambaqui é tão carnudo que as suas costelas, fritas ou assadas, são a parte mais saborosa.
Caipirinha de Jambu
Cachaça de Jambu, folhas e flores de jambu, limão, açúcar e gelo.
Bairros. Afinal são importantes. Ao escolhêlos, de certo modo, moldamos nosso destino. Os vizinhos, os centros de compras, o tipo de vida. Ônibus, bondes, bicicletas, táxis.
Repleta de opções culturais, São Paulo é uma cidade importante para a arte. E, dado o que vem acontecendo na capital, a arte também é bem importante para a cidade.
Com vários ambientes e objetos que contam histórias, a casa do casal com dois filhos é a verdadeira tradução de lar
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