PUBLICIDADE

Lina e o leão

A arquiteta Lina Bo Bardi recebeu o Leão de Ouro Especial pelo conjunto de sua obra na Bienal de Veneza

Por Vinícius Vitoriano, Ilustrações Ángela León

Lina bo Bardi - Jornal aQuadra - ed.22 - Arquitetura

Italiana naturalizada brasileira, Lina Bo Bardi foi uma das mais importantes arquitetas da nossa história. Famosa pelos projetos do Masp e do Sesc Pompeia, Lina fez muito mais, como revela nesta breve conversa o arquiteto Marcelo Ferraz, do escritório Brasil Arquitetura, que trabalhou com ela durante 15 anos.

O que você acha desse reconhecimento póstumo da Lina?
Atribuo esse sucesso atual à descoberta de que a Lina, com sua arquitetura, apontava caminhos muito interessantes para problemas humanos, problemas da cidade, habitação, privilegiando a convivência, com a utilização de recursos que você tem à sua volta, sejam financeiros, materiais, de arquitetura. Essa redescoberta da obra da Lina ajuda a recolocar a arquitetura dentro do seu objetivo fundador, que é a criação do habitat humano, do abrigo.

Lina bo Bardi - Jornal aQuadra - ed.22 - Arquitetura

“O maior legado da Lina foi o modo de fazer uma arquitetura que tenha sentido, que crie ressonância no coração das pessoas, uma arquitetura que busca conforto, em todos os sentidos da palavra.”

Você começou a trabalhar com ela durante a obra do Sesc Pompeia. Naquela época, como era visto o fato de uma mulher dirigir uma grande obra?
A Lina acreditava que somos todos iguais, e não admitia ser chamada de arquiteta, assinava como architetto Lina Bo Bardi. Foi um exemplo de mulher que enfrentou esse mundo dos homens. Era uma pessoa rigorosa, que falava o que pensava.

Quando você começou a estagiar com a Lina, imaginou que ela teria esse reconhecimento?
Olhando para trás, sabíamos que tinha uma coisa importante acontecendo. Profissionalmente, a Lina se colocava na altura de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, ela já sabia de sua importância.

A Lina também foi grande designer. Como ela lidava com o design?
Na visão da Lina, o design e a arquitetura eram a mesma coisa. O mobiliário tinha de ser feito em escala para ser acessível, para estar na casa das pessoas, e não para ser um item de colecionador.

compartilhe

PUBLICIDADE

Você também pode gostar...

Na Bahia com meu chapéu Nina Ricci

Muitas Helenas

Recorte dos anos 1970 até os anos 2000. Anos de viagens incessantes e períodos fora do país. Iniciei uma intensa correspondência com as diferenças estéticas e culturais da América do Sul, da Europa e América do Norte.

continuar lendo...
Jornal aQuadra - Editorial edição 31

Editorial ed.#31 – Japão em São Paulo

Amamos São Paulo e sua rica diversidade étnica e cultural, herança de diversos povos que ajudaram a construir nossa história, por isso escolhemos, primeiro, o Japão, tão presente em nosso dia a dia por meio da gastronomia, literatura, arquitetura e um bairro – a Liberdade –, que influenciam o nosso estilo de viver.

continuar lendo...

Assine nossa newsletter!

Receba avisos sobre novos artigos e novas edições do jornal.