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Voz aos que são chamados de outros

“O preconceito acaba quando a compreensão começa.” É com esse lema que a ONG Estou Refugiado trabalha para que pessoas que se encontram na situação de refúgio no Brasil possam ser inseridas no mercado de trabalho e para que, em consequência, consigam construir um pertencimento ao local em que vivem. O próprio nome da organização já diz muito. Em vez de “ser refugiado”, o “estar refugiado” demonstra um posicionamento sobre a condição transitória dessas pessoas.

Composta essencialmente de voluntários, a ONG recebe os refugiados no seu escritório para uma entrevista inicial: entender quem são, de onde vieram, por que vieram, quais são suas formações e capacitações. Posteriormente, esses dados coletados são disponibilizados nas redes sociais da ONG. “Esses canais também funcionam como pontos de contato para recebermos vagas, encaminharmos voluntários e esclarecermos dúvidas”, informa a fundadora e diretora executiva da ONG, Luciana Capobianco.

Quem participou da última edição do Circuito aQuadra pôde conferir de perto como funciona o totem interativo do projeto. A máquina de CVs, como também é conhecida, tem um monitor no qual são exibidas fotos de refugiados, em loop. Acima desse monitor, em letras grandes, uma frase: “Você acredita em destino?” Logo abaixo, o texto: “A história dessas pessoas foi vir para o Brasil como refugiados. A sua… você vai descobrir assim que apertar este botão abaixo. Vamos cruzar as duas histórias?”. Nesse momento, ao acionar o grande botão verde, esse ciclo aleatório de rostos se encerra em um, aquele que o destino fez cruzar a sua história, dando início ao vídeo com o depoimento do refugiado. Enquanto o filme é assistido, o currículo da pessoa é impresso e sai por uma abertura ao lado do monitor. “Quem passa por essa experiência é impactado pelas histórias contadas”, ressalta Luciana, que acrescenta que nesse ponto é transferido o poder para que aquele que assiste possa fazer alguma coisa. Compartilhar esse currículo, indicar para um trabalho: o resultado tem sido excelente. “A cada saída do totem, dezenas de ofertas de empregos acontecem e também se dá a aproximação de pessoas com a causa, como voluntárias.”

“Meu maior sonho é ver as minhas filhas melhores a cada dia.”

Dayana Guilarte, venezuelana

“O Brasil é a minha segunda casa.”

Ghazal Baranbo, síria

“O Brasil tem futuro para mim. Meu sonho é ser contador.”

Lawrence Ijel, nigeriano

Luciana é uma empresária do ramo da publicidade que idealizou o movimento social Estou Refugiado, para alertar a sociedade sobre o aumento da xenofobia no Brasil. Em 2019, se tornou uma ONG que trabalha com a inserção dos refugiados no mercado de trabalho e combate ao preconceito. Ampliou sua atuação com a criação da empresa Planisfério Causas, voltada para o empreendedorismo social.

Estou Refugiado

estourefugiado.com.br
@estourefugiado
Tel.: (11) 3063-5692
Whatsapp: (11) 97081-4907

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