Urbanismo de circunstância
Em um tempo não muito distante, a arquitetura costumava ser considerada a mãe de todas as artes, pois sem ela jamais teríamos condições de abrigar a pintura, a escultura, a música e a dança.
Não é raro, em pleno 2024, encontrarmos jovens – sim, jovens – que se interessam por itens físicos: CDs, câmeras antigas, vinis, livros e jornais impressos. A valorização do que é físico e palpável cresce como uma ferramenta de identificação e de distinção do mundo virtual – onde, vamos combinar, tudo está muito parecido, inclusive as pessoas.
O retorno de ferramentas antigas é incorporado pelo movimento crescente no qual membros da geração Z impulsionam a denominada “economia analógica”. Com um relevante interesse por itens físicos nos Estados Unidos e no Reino Unido, para esses jovens adquirir tais produtos é uma forma de afirmação de identidade e de distinção no mundo digital.
Segundo uma matéria recente da revista Fortune, o mercado de vinil, por exemplo, experimentou um crescimento significativo, com as vendas nos EUA subindo de 14,2 milhões de dólares em 2006 para 1,2 bilhão em 2022, e no Reino Unido alcançando 6,5 milhões de unidades vendidas em 2023. Tal movimento é impulsionado principalmente por jovens de 16 a 24 anos, que valorizam experiências musicais imersivas e itens físicos como uma forma de expressão pessoal. Adeptos da prática, alguns adolescentes estão também se afastando das telas e dedicando mais tempo a atividades físicas e tangíveis.
A tendência de se desligar parcialmente do mundo digital pode ser vista também em um aumento no uso de bibliotecas e na venda de livros impressos, com a geração Z e os millennials constituindo o maior grupo de usuários de bibliotecas nos EUA.
A paixão pela economia analógica, porém, tem um custo financeiro para os pais, que precisam investir tanto em dispositivos analógicos quanto em serviços digitais contínuos. Mas não podemos negar que essa mudança reflete uma maturidade e uma busca por conexões mais profundas e autênticas no mundo off-line, sugerindo que os jovens também necessitam escapar do ruído digital e encontrar a calmaria de vez em quando.
ENTRE OS FORMATOS, UM QUERIDINHO: O IMPRESSO
Há alguns anos, o papel vem perdendo espaço para o digital, com livros, revistas e jornais sendo substituídos por veículos on-line. Mas, para a surpresa de alguns e a alegria de muitos, recentemente assistimos a veículos impressos ganharem fôlego de novo. Uma das razões por trás de tal “renascimento” é justamente a tangibilidade do impresso. O ato de folhear uma revista ou jornal oferece uma experiência sensorial e carrega consigo memórias afetivas importantes. O cheiro do papel, a textura das páginas e o design cuidadosamente elaborado criam um envolvimento que as telas não conseguem replicar por completo.
Além disso, também sabemos que materiais impressos melhoram nossa retenção de informações e nossa memória, oferecendo benefícios que se somam ao movimento “off-screen”. Com o aumento das preocupações sobre os efeitos nocivos do tempo excessivo em frente às telas, como a fadiga ocular e problemas de saúde mental, muitos estão optando por formas mais tradicionais de consumir conteúdo, longe de notificações e constantes distrações.
Percebendo essa mudança de comportamento, os veículos de comunicação logo correram para se adaptar. Publicações como o New York Times têm lançado edições especiais impressas para comemorar eventos importantes, atraindo tanto leitores antigos quanto novos.
Em um tempo não muito distante, a arquitetura costumava ser considerada a mãe de todas as artes, pois sem ela jamais teríamos condições de abrigar a pintura, a escultura, a música e a dança.
E achei genial ser impresso, porque dá para pegar e exibir que você está lendo aQuadra na praça. Essa visibilidade pública cria identificação, aproxima as pessoas e, mesmo que você não vá puxar conversa
Localizada na região central de Minas Gerais e fundada em 1702, foi importante centro de exploração de ouro até o final do século 18. Em meados dos anos 1980, a charmosa cidade foi tombada como centro histórico, com sua arquitetura colonial, ruas de pedras, mix de cores e, lógico, aquele sabor mineiro que só por lá se encontra.
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